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Oportunidades musicais: você está preparado?

Foto do escritor: Rafael Piccolotto de LimaRafael Piccolotto de Lima

Atualizado: 25 de set. de 2024

A realidade do músico é muito flutuante. Cada projeto é diferente. Cada oportunidade pode ser uma porta para um novo caminho a ser trilhado. E, assim, a vida vai se transformando. Mas, será que você está aproveitando as oportunidades da melhor maneira?


Oportunidade - como a própria palavra diz, é o caráter do que é oportuno, ocasião favorável para a realização de algo. Se você pensar, todos os dias, em diferentes aspectos da nossa vida, temos infinitas oportunidades e possibilidades!


No caso de nós, criadores musicais, quando falo mais especificamente de oportunidades que venham de fora, a frequência é bem menor do que o esperado, neste começo de jornada. Os convites para fazermos novas criações, composições, arranjos, orquestrações e termos nossas músicas apresentadas por grandes grupos ou grandes solistas chegam com o tempo e quanto mais crescemos em nossa carreira, mais e melhores oportunidades vão aparecendo.


O começo da carreira musical

No início, para jovens compositores, jovens arranjadores, ter uma oportunidade é algo que pode ser uma grande mudança na vida e direcionar o nosso trabalho. Precisamos estar preparados e saber agir quando ela aparece. Assim como aconteceu comigo. Aliás, gosto de trazer minhas vivências como exemplos para mostrar que é possível fazer acontecer, com muito estudo, boa vontade e preparo!



A primeira grande oportunidade

Quando eu estava no meu primeiro ano de universidade, na Unicamp, cursando Composição Erudita, eu tive uma grande oportunidade. Na minha cidade tinha uma big band chamada “Big Band Canavial”. Ela iria se apresentar juntamente com a Sinfônica de Campinas em um concerto especial, fora do repertório padrão da orquestra.


Meu professor de trompete fazia parte da Big Band Canavial e quando surgiu a oportunidade deste concerto, sabendo do meu interesse em compor e, talvez reconhecendo um talento em mim, perguntou se eu tinha alguma composição, ou alguma peça que eu pudesse escrever ou adaptar, para esta apresentação da big band.


Na hora eu pensei comigo mesmo: “Meu Deus que oportunidade!”. Para mim, um jovem compositor, 18 anos, entrando na faculdade, ter a chance de escrever para uma big band profissional, com a Orquestra Sinfônica de Campinas, que é uma das principais do Brasil, era algo muito grande! Eu não poderia ter feito outra escolha a não ser abraçar a oportunidade e dar o meu melhor.


Mas, aí vem a principal questão! Será que eu estava, de fato, preparado? Eu poderia queimar meu filme apresentando uma obra aquém da circunstância, decepcionado meu professor e criado uma má impressão do meu trabalho frente a grande parte dos principais músicos profissionais da minha cidade. Teria sido uma experiência devastadora na minha história como um jovem compositor. Felizmente eu estava preparado, seguro e apresentei algo que me orgulho e que depois me rendeu frutos.


Entre eles, por exemplo, uma das razões de eu ter seguido o caminho que estou: um elogio recebido de uma pessoa de referência nessa área. Um dos maiores arranjadores que o Brasil já teve estava na plateia da estreia deste concerto, a convite de algum dos músicos. Ninguém menos que Ciro Pereira, maestro e arranjador que escreveu grande parte dos arranjos que levantaram a Jazz Sinfônica do estado de São Paulo, que agora chama Brasil Jazz Sinfônica.


Um experiência que definiu minha trajetória

Eu já tinha este interesse pelo universo jazz sinfônico, da escrita de música popular para grandes grupos orquestrais. E essa oportunidade reforçou minha vocação de maneira significativa, tanto pela experiência de escrever, ir aos ensaios e depois ouvir a música ser ovacionada no concerto, quanto pelo elogio encorajador do Ciro Pereira. Essa noite memorável me incentivou e me fez dar novos passos adiante. Direcionou o rumo da minha vida naquele momento.


Isso só aconteceu porque eu estava me preparando para uma oportunidade como esta. Eu não sabia que a oportunidade estava vindo, mas já direcionava meus estudos e dedicação para isso. Eu gostaria de ser um compositor de orquestra, de escrever para grandes grupos, apresentar um repertório original inspirado pelo jazz e pela música popular brasileira.


Eu estava estudando e dedicando boa parte do meu tempo para realizar esses sonhos. Até a escolha da universidade - a UNICAMP - foi proposital. Se comparada a outras universidades de música e composição, era a única na época que tinha também o currículo e enfoque em música popular.



Rafael Piccolotto de Lima dirigindo a Orquestra Sinfônica da UNICAMP (OSU) na Casa do Lago.

Eu poderia contar uma série de outras histórias neste sentido, mas esta ilustra bem a importância de saber o que a gente quer e se preparar para quando a oportunidade aparecer! Não sabemos quando e como elas vão aparecer, mas precisamos estar preparados e nos posicionar para quando surgirem.


Inclusive, se você tem interesse em saber onde estão as oportunidades para criadores musicais, eu escrevi outro artigo focado nisso! Inclusive é neste texto que eu conto como meu professor de trompete sabia que eu estaria preparado para me fazer este convite que mudou minha vida! Clique aqui para ler!

 

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Rafael Piccolotto de Lima - Compositor, arranjador, diretor musical, produtor musical e educador
Sobre o autor

Rafael Piccolotto de Lima foi indicado para o Grammy Latino como melhor compositor erudito. Ele é doutor em composição de jazz pela Universidade de Miami e tem múltiplos prêmios como arranjador, diretor musical, produtor e educador.


Suas obras foram estreadas e/ou gravadas por artistas como as lendas do jazz Terence Blanchard, Chick Corea e Brad Mehldau, renomados artistas brasileiros como Ivan Lins, Romero Lubambo, e Proveta, e orquestras como a Jazz Sinfônica Brasileira, Orquestra Sinfônica das Américas e Metropole Orkest (Holanda).


Criadores musicais (conteúdo educacional):

Rafael Piccolotto de Lima (conteúdo artístico):
 
 
 

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